VÔMITOS VERBAIS
Lendo *Clarice*, Deparo-me com a minha menina morta. Velada pela minha mágoa inconfundível, Que sem permissão, E num átimo de ilusão, Me devastam com saudades, Saudades maculadas de lágrimas, Lágrimas cravejadas de ausências, De orgulho, de respeito próprio E do amor não compartilhado. Uma esperança silenciosa, De um colóquio amoroso, Que não se realizou. E nesse frêmito de dor da alma Meu coração nauseou. Náuseas sentimentais, Que num vômito verbal jorrou. E desse tsunami emocional, Assim como no poema de *Clarice*, Uma menina morta... Restou dentro de mim. Denise Mendonça e Ione Rubra Rosa – 10/04/16 Imagens Google *Clarice Lispector*: Esritora. Trecho da autora a que se refere o poema: “Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim.”
Ione Barbieri (Rubra Rosa) e DENISE MENDONÇA
Enviado por Ione Barbieri (Rubra Rosa) em 10/04/2016
Alterado em 10/04/2016 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |
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